Melhor salário é "fundamental" para as firmas funcionarem

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu hoje, em Lisboa, durante uma manifestação que reuniu cerca de 200 dirigentes e delegados sindicais, que é preciso "desbloquear" a contratação coletiva, porque melhores salários são "fundamentais" para o funcionamento das empresas.
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"Estamos [na rua] para exigir o desbloqueamento da contratação coletiva e para exigir melhores salários, particularmente o aumento do salário mínimo nacional para 513 euros, com efeitos a partir de 01 de janeiro de 2013", disse Arménio Carlos, defendendo que é preciso "pôr a economia a crescer", e que "a melhoria do poder de compra é fundamental para o funcionamento das empresas".

"Se os trabalhadores tiverem melhor poder de compra consomem mais, as empresas fazem mais negócio, criam mais emprego, e as receitas do Estado e as contribuições para a Segurança Social podem aumentar", acrescentou o secretário-geral da CGTP, que falava aos jornalistas junto ao Arco da Rua Augusta, ponto de encontro para o início da manifestação que levou centenas de dirigentes e delegados sindicais rua acima, até ao largo Camões.

Para Arménio Carlos, a alternativa às políticas do Governo passa por "melhores condições de vida para as pessoas que vivem e trabalham em Portugal".

O dirigente considera que "só com a melhoria da economia" será possível "dar o salto qualitativo" para que o país pague o que deve aos credores internacionais e "distribua de outra forma a riqueza".

O sindicalista argumenta que a economia não vai crescer com as políticas que o Governo vem implementado, e lembra que "é o próprio FMI a reconhecer que, [assim], Portugal em 2020 terá uma dívida de 110% do Produto Interno Bruto".

"Este Governo quer condenar os portugueses e Portugal a uma situação de dependência e de profunda fragilização perante os nossos credores", acrescentou.

A respeito da sétima avaliação da "troika' ao programa de ajustamento português, Arménio Carlos afirmou que, como vem acontecendo até agora, mesmo que o resultado seja positivo, mesmo que se diga que "tudo está a correr maravilhosamente bem", acrescentar-se-á que "não chega", que "é preciso mais: mais austeridade, mais sacrifícios, mais ataques aos direitos dos trabalhadores".

Os trabalhadores da fábrica de vidro automóvel Saint Gobain Sekurit Portugal, em Loures, que estiveram em greve até sábado, em protesto contra o despedimento previsto de 45 pessoas e a possibilidade de encerramento de duas linhas de produção da unidade, juntaram-se à manifestação da central sindical.

Em declarações à Lusa, o representante dos trabalhadores, Pedro Milheiro, fez um balanço muito positivo da primeira greve, que, disse, contou com uma adesão de 100%, e anunciou que os trabalhadores voltam a parar a produção até dia 16.

"Fizemos um intervalo para termos um espaço de negociação com a empresa. Como não obtivemos uma resposta, encetamos hoje um novo período de greve, até dia 16. O nosso objetivo principal é a defesa dos postos de trabalho que estão em causa", acrescentou.

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